A Litopuntura ou "arte das pedras" é uma forma de harmonização com a utilização de pedras que são colocadas em pontos de forte emenação telúrica para estabilizar e reequilibrar essas energias.
E é daí que vem uma boa parte da confusão criada pelo estereótipo de que as pedras megalíticas como os menires, cromeleques e dólmens, teriam sido construídas pelos druidas (sacerdotes da cultura celta).
Para desobstruir essa nuvem de informações errôneas a respeito da origem dos megálitos e de certa forma esclarecer outros pontos que por vezes não ficam bem claros sobre esses assuntos, irei comentar sobre sua origem.
Os monumentos megalíticos são encontrados em várias partes do planeta, desde a Europa, China, Américas, Norte da África e Nova Zelândia. Do grego mega (grande) e lithos (pedra), definem-se tradicionalmente em quatro grupos: dólmen, menir, cromeleque e alinhamentos.
A palavra menir, do baixo bretão men (pedra) e hir (longa), é uma simples pedra de altura e de forma variáveis, plantadas verticalmente no solo. Elas podem ser encontradas em grupos ou só.
Cromech vem de crum (curva) e lech (pedra).Os cromeleques são um grupo de megálitos ou trilitos (duas pedras fixadas no solo e uma terceira em cima), que formam círculos. O mais célebre cromeleque é o de Stonehenge (foto acima).
Dólmen viria do baixo bretão dol (mesa) e men (pedra), são uma espécie de câmara que podem estar na superfície ou sob uma colina artificial, compostos normalmente por pedras que formam suas paredes e uma pedra que cobre a parte superior.
Os alinhamentos se constituem de série de menires constituída de uma só fila, os mais conhecidos são o de Carnac, na Bretanha.
Esses monumentos foram construídos em um período anterior a cultura celta, mesmo porque esses teriam surgido primeiramente no centro europeu em Hallstat, a sudeste da Salzburgo, entre 1200 – 475 a.C, ou seja, em um período posterior ao da cultura neolítica. A partir do século V a.C; surge do leste da França até a Boêmia, a cultura Lá Tene, e a partir de 400 a.C, começam os períodos de migração dos povos celtas.
Partindo de suas terras na Europa Central, os celtas estabeleceram-se nas Ilhas Britânicas (700 a.C), na Península Ibérica (600 a.C), no norte da Itália (400 a.C), saquearam Roma (390 a.C), cruzaram os Cárpatos (310 a.C), saquearam Delfos na Grécia (279 a.C), fundaram os reinos celtas da Galácia na Ásia Menor e de Tylis nas margens do Mar Negro e quase certamente se estabeleceram ao longo do Rio Don, na Ucrânia. Nesse processo de expansão para o oeste e sudeste, chegam às terras dos monumentos megalíticos, miscigenaram-se com a população autóctone descendentes dos que haviam erigido os dolmens e menires. Os Celtas certamente ao se fundirem aos povos que já habitavam o oeste europeu se impregnaram de uma profunda religiosidade, diferente até então, do que já praticavam.
Os construtores dos monumentos megalíticos foram os povos do neolítico, a era Neolítica foi de 5000 a.C a 3.500 a.C. Ainda seguindo pela chamada Idade do Bronze, o período entre 2200 a.C a 800 a.C. Os vestígios da cultura megalítica desaparecem por volta de 1.200 a.C, ou seja, antes do surgimento da civilização celta.
Voltando às estruturas megalíticas, muitos são os mistérios e relatos de eventos que ocorrem próximo a eles, mas embora não seja científico, o fato é que alguns desses monumentos estão localizados em cima de pontos de emanação telúrica. E uma coisa é certa, os homens que ergueram esses monumentos sabiam interagir e lidar com as emanações telúricas e adaptá-las para seu proveito, e ainda se utilizavam de astronomia para o assentamento das pedras, fazendo com que muitos desses locais fossem como verdadeiros relógios astronômicos.
Quando esses homens construíam esses monumentos tinham em mente ligar as forças da Terra (emanações telúricas), com as forças do céu (orientação para o céu), traçando assim um eixo cosmo-telúrico, aproveitando essas energias para configurá-los como locais sagrados, tornando-os lugares especiais, templos vivos onde o culto ocorria na terra sagrada perante céu aberto, reverenciando o espírito do lugar e reconhecendo a sacralidade da terra.
Quanto aos druidas e a sua associação a esses lugares, o mais provável é que eles tivessem recebido o conhecimento sobre os megálitos dos descendentes dos construtores do período megalítico. E isso teria sido reconhecido pela sociedade céltica, e depois até mesmo pelo cristianismo. Mas de maneira alguma foram eles que construíram tais monumentos.