Arte Zahori

                      
                                      Arte Zahori
 

 

 
 
A palavra Zahori, é um vocábulo castelhano em que se designa em todo mundo o rabdomante ou radiestesista. Esta palavra procede em sua origem do árabe Zuhari, que por sua vez vem de Azzuharah, nome árabe de Vênus. Sendo a palavra Zuhari, utilizada para denominar os geomantes e praticantes de uma técnica ancestral muito relacionada com a astrologia, baseada na criação de traços ao acaso com uma vara na areia, a partir dos quais se elaboravam cartas geomânticas que davam a chave das respostas às interrogações planetárias.

Tanto a técnica árabe como a palavra zahori passam pela Europa através da Espanha Medieval, mas em um determinado momento houve uma separação de seu significado: um que é o mais aceitado para a tradução latina de geomancia que seria “adivinhação pela terra”, e o outro passa a centrar-se naquelas pessoas dotadas de um dom especial para ver as coisas ocultas aos demais. 

No século XVII, o dicionário Covarrubias (1611) distingue ambos os conceitos, aparecendo a geomancia como uma técnica de aprendizagem na elaboração de tábuas complexas e similares às astrológicas, e zahori aludia a aquele que diz ver o que está debaixo da terra, através das paredes, ou dentro de uma arca. Este sentido explica a etimologia da palavra derivada do árabe hurí – vidente.

Raul de La Rosa, em seu livro Radistesia, diz que a palavra Zahori pode ter conotações hebréias, vinda do texto cabalístico El Zohar. Que por sua vez viria da palavra árabe Zuhart que significa “servidor do planeta Vênus”, ou “geomante”, ou ainda “aquele que vê o oculto e cuida da terra”, ou seja, a pessoa que possui uma sensibilidade maior para “perceber” o lugar.

Embora existam essas várias informações sobre a etimologia da palavra zahori, no final o significado parece ser o mesmo. Um zahori é um indivíduo capaz de, com seu próprio corpo, ou com a utilização de varetas, descobrir informações ocultas.

Através da arte zahori passamos a desenvolver e aprimorar a nossa percepção como um meio para discernir as características do ambiente e dos elementos que o constituem. Traz uma conexão com o passado, de quando os seres humanos possuíam um maior contato com a natureza e uma melhor compreensão dos sistemas do meio em que viviam.

A arte zahori nos ensina a estar no momento presente, no aqui e o agora, conectando nosso corpo com o lugar, revelando nossa verdadeira conexão com a natureza, aumentando nosso nível de percepção e por conseguinte abrir novas portas que nos permitam localizar e interagir com as energias dos locais, harmonizando-os ou potencializando-os, dando-nos a chave para entender a estrutura dos lugares de poder.

As pessoas são antenas verticais cujas vibrações se ajustam ao mesmo tempo com a terra e com o céu. Qualquer pessoa funciona como um receptor de energias negativas e positivas. Nosso corpo é o instrumento fundamental para “sentir” os locais. Através da arte zahori resgatamos nossa capacidade de percepção adormecida, despertando uma nova maneira de contato e interação com a natureza, fazendo com que o que antes estava oculto ou despercebido passe a ser perceptível.

Essa faculdade de percepção é intrínseca dos animais e dos seres humanos, o que acontece é que através dos tempos fomos perdendo essa capacidade, e para regatarmos essa forma de “sentir” tudo o que há ao nosso redor, basta estarmos abertos as possibilidades da natureza humana. Prestar atenção, observar, procurar sentir as respostas que o nosso corpo nos dá quando estamos em determinados locais, são alguns passos que devemos passar a prestar atenção, para que recuperemos nossa sensibilidade corporal.
 
Texto de Elaine Lopes
 

© 2014 Elaine Lopes. Conteúdo do site registrado na Biblioteca Nacional.

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